Gabriel Monteiro da Silva será revitalizada

A Alameda Gabriel Monteiro da Silva é talvez o maior e mais interessante comércio de rua focado em decoração e design no país, incluindo escritórios de arquitetos e decoradores festejados no eixo Rio-São Paulo.  Para os paulistanos, a Gabriel (como é conhecida) está para decoração e design como a Oscar Freire está para a moda.


A rua começou a ganhar o perfil que tem hoje na década de 70, quando várias galerias de arte se mudaram para a região. Hoje, são quase dois quilômetros, com cerca de 150 lojas, como Cartel, Dominici, Espaço Til, Firmacasa, La Lampe, entre outras, onde se acha desde cadeiras dos irmãos Campana até os mais descolados papéis de parede possíveis. Não é exatamente uma pechincha, mas quem tiver disposição para rodar e pesquisar nas lojas pode encontrar objetos de design a preços bem em conta. A proposta da rua é tão bem sucedida em São Paulo que os lojistas se reuniram para fazer um projeto de revitalização do lugar, uma espécie de Rio Cidade, que vai recolher os fios dos postes e criar mobiliário urbano padronizado, entre outras reformas. O que já era bom poderá ficar melhor ainda.

Fonte: O Globo

M² no Brás sai mais caro que na Oscar Freire

Fonte: O Estado de São Paulo

Por RODRIGO BURGARELLI

A repressão da Prefeitura aos camelôs irregulares da Feira da Madrugada está causando explosão no preço dos aluguéis das lojas comerciais no Brás. O preço do m² de boxes bem localizados nos centros de compra popular da região já ultrapassa os R$ 800 mensais. O valor bate até o preço médio de shoppings e ruas caras de São Paulo.

Segundo pesquisa feita pela consultoria Cushman & Wakefield em junho, o aluguel médio mensal do m² na Oscar Freire, por exemplo, era de R$ 230. E o do Shopping Iguatemi, de R$ 744. Mas o cerco às barracas ilegais e o aumento do poder de compra da classe C brasileira está alavancando a procura em zonas comerciais mais populares da capital, como na Rua 25 de Março e no Brás, de forma inédita. Na primeira, considerada o maior centro comercial da América Latina, o m² dos boxes chega a custar R$ 1 mil.

O crescimento no preço do aluguel no Brás é mais recente, mas empresários já apostam nos shoppings populares como solução para as mais de 20 mil pessoas que vão ficar desempregadas, caso a fiscalização na Feira da Madrugada permaneça. Nos quarteirões próximos da feira, pelo menos cinco grandes shoppings populares estão sendo construídos por empresários ávidos por absorver a massa de comerciantes desempregados.

Apenas o New Mall, que está sendo erguido na esquina das Ruas João Teodoro e Rodrigues do Santos, vai ter mais de 420 lojas. Nele, o aluguel de um boxe de meros 5 m² ultrapassa os R$ 4 mil mensais nas áreas mais bem posicionadas. Já na Rua Oriente, a duas quadras do Pátio do Pari - onde funciona a feirinha -, está sendo erguido o mais alto: um prédio de quatro andares que será totalmente dividido em boxes de 5 m² a 20 m².

O valor necessário para se comprar um local no próprio pátio também cresceu bastante nos últimos anos. "Em 2008, um boxe na feira estava valendo mais ou menos R$ 50 mil a compra. Agora você não consegue achar um por menos de R$ 200 mil. Como um camelô, pai de família, vai conseguir pagar algo assim para trabalhar?", pergunta o presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes do Brás, Leandro Dantas.

A esperança de quem quer continuar no comércio é de que, com o aumento do número de shoppings e boxes, turbinado pela esperança de aproveitar o grande turismo de compras que traz fama nacional à Feira da Madrugada, o valor do m² caia e fique mais acessível para quem não pode arcar com um aluguel desse valor. "Isso pode até acontecer, mas, agora, não abrimos mão de continuar com nosso trabalho. A Prefeitura pode até colocar a gente em algum terreno ou galpão, não tem problema. Mas vamos resistir enquanto não nos derem alternativa", diz o presidente do sindicato.