Valor
29.09.2010
Nos últimos cinco anos, o preço médio do metro quadrado na avenida Faria Lima subiu 188% em termos nominais e 46% já descontanda a inflação. "A Faria Lima é a frente para o mar de São Paulo", brinca Fábio Romano, diretor de incorporações da Yuny, empresa que acaba de entregar empreendimento.
Esse crescimento acompanha o boom que o mercado imobiliário vive atualmente, mas tem um agravante. Pela lei do zoneamento, acabou o potencial construtivo para prédios comerciais na região, assim como os Cepac's - títulos do governo, vendidos em leilões e vinculados às chamadas operações urbanas, que permitem construir algumas vezes mais o tamanho do terreno. Só sai o que já foi aprovado a não ser que haja um novo plano diretor. Há três anos, Cepac na região custava R$ 1,5 mil e no último leilão saiu a R$ 4 mil.
As poucas empresas com empreendimentos já aprovados na região aproveitam a boa fase. A Yuny e a Kauffman acabaram de concluir um edifício de alto padrão na avenida Faria Lima. "Está todo vendido", diz Romano. Sobrou apenas uma laje que será alugada para depois ser vendida. O preço do único andar que resta - R$ 12 milhões. E, segundo o executivo, tem investidor interessado em comprar.
A empresa, que tem capital fechado, o Grupo VR como sócio e planeja lançar R$ 1 bilhão este ano, tem mais dois projetos já aprovados na região. Um deles, com andares de 2 mil m2, está avaliado em R$ 15 mil o metro quadrado e o prédio ainda está no chão.
Outro edifício que não tem o endereço Faria Lima, mas está próximo, está sendo vendido a cerca de R$ 13 mil o m2. "Há investidores interessados em comprar o prédio inteiro", diz. São fundos imobiliários, fundos de pensão e de private equity e grandes famílias. Embora priorize o giro da operação, a companhia chega a questionar se vale a pena vender agora ou esperar valorizar mais.
Atualmente, há cinco prédios em construção na região da Faria Lima e outros quatro em fase de projeto. Além da Yuny, estão com projetos na região são a SDI, Partage e Bueno Netto.