Raio-x do setor imobiliário

Com a internacionalização das empresas do setor imobiliário, após abertura de capital por algumas companhias, é possível apresentar alguns números com base nos resultados de 18 incorporadoras publicados em 31 de dezembro de 2010.

Essas empresas foram responsáveis pelo lançamento de quase 257 mil unidades no valor de R$ 36,3 bilhões somente no ano passado, e pela venda de mais de 206 mil unidades no valor de R$ 33,1 bilhões.

Outro número impressionante é o do banco de terras, que nessas empresas alcança um potencial de R$ 137 bilhões em empreendimentos a serem desenvolvidos nos próximos anos. Também impressiona a receita líquida dos balanços: são R$ 33,5 bilhões, um crescimento de R$ 12,9 bilhões em relação a 2009, e lucro líquido total de R$ 4,8 bilhões – R$ 1,9 bilhão acima do apresentado um ano antes, ou seja 66% de crescimento de LL. Sendo que as empresas PDG, MRV, Gafisa e Brookfield responderam por quase 60% desse lucro adicional.

Mas o mercado é ainda muito maior do que isso, pois é constituído por grande volume de empresas pequenas e médias empresas. Por isso a CII/CBIC (Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção) atendendo a uma solicitação do Banco Central do Brasil vem buscando consolidar pesquisas no País.

Outras iniciativas das associações de classe, como Ademis (Associação de Dirigentes de Mercado Imobiliário de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Pernambuco e Rio de Janeiro), Secovis (Ceará e São Paulo) e Sinduscons (Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul), analisam e consolidam os dados de lançamentos e de vendas de imóveis novos.

A coleta de informações tem acontecido primordialmente nas capitais dos Estados, porém em alguns casos, como São Paulo, abrange também a Região Metropolitana, e na Bahia inclui as cidades de Feira de Santana, Lauro de Freitas e Camaçari.

O mais importante nesse começo de levantamento não é a abrangência, mas sim a iniciativa de levantar números que possam, sinalizar concretamente qual o tamanho do mercado imobiliário nacional. Se considerarmos todas as cidades cobertas pelas pesquisas, teremos o equivalente a 46% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional referente ao ano de 2008, 31% da população do País e 31% dos domicílios permanentes referente ao Censo 2010, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao verificar os resultados do ano de 2010, as pesquisas indicaram o lançamento de pouco mais de 187 mil unidades residenciais novas e a venda de quase 169 mil unidades (absorção de mais de 90%!). Com base nos resultados das regiões pesquisadas, podemos, ainda que prematuramente, prever cenários para tentar mensurar o tamanho do mercado imobiliário do País.

Adotando-se o PIB das amostras, o mercado de vendas de imóveis novos poderia chagar a 409 mil unidades. Se tomássemos o cenário de representatividade da população das cidades pesquisadas ou o número de domicílios das amostras, o mercado imobiliário alcançaria mais de 600 mil unidades.

No Brasil, estamos no caminho para obter números representativos do setor. Tradicionalmente, países desenvolvidos têm estatísticas precisas e destinada para todos os segmentos econômicos.

Mas uma coisa é fato: o mercado imobiliário vai muito bem, obrigado!

Fonte: Investimentosenoticias.com.br