Coordenador das estratégias de investimentos da gestora onde é sócio de Gustavo Franco, Paulo Bilyk diz que momento agora é de buscar renda com dividendos e aluguéis
Ganhar dinheiro pode estar mais difícil, mas existe espaço e oportunidade mesmo para quem investe por conta própria no cenário econômico atual. A chave, diz o sócio-fundador da gestora Rio Bravo Paulo Bilyk, está nos ativos que gerem renda para o investidor, que deve manter a perspectiva de longo prazo e um giro baixo de carteira.Para Bilyk, os ativos que se destacam para o investidor individual são as ações quem pagam bons dividendos, os fundos imobiliários e os títulos e fundos de crédito privado, menos impactados pela crise econômica e oferecendo oportunidades de ganhos constantes e interessantes quando consideradas as perspectivas de manutenção da taxa Selic em patamares baixos.
“Em momentos de maior pujança econômica, é mais apropriado se expor a empreendimentos com bom potencial de crescimento, mesmo quando eles ainda não estão gerando lucros. Esse tipo de ação aumentou muito a participação na Bolsa brasileira nos últimos anos, como é o caso das empresas X ou as companhias de desenvolvimento imobiliário. Mas com as limitações à atividade econômica brasileira, a desaceleração da China e a crise mundial, esse tipo de papel ficou arriscado. Por isso, é melhor aumentar a proporção dos ativos geradores de renda no portfólio”, explica Bilyk.
É claro que uma parte do portfólio deve se manter em ativos de renda fixa conservadora, preferencialmente no Tesouro Direto ou em fundos com taxas inferiores a 1% ao ano.
Giro de carteira
“Alto giro de carteira não é coisa para investidor pessoa física”, dispara o sócio da Rio Bravo. De acordo com ele, o caminho para o investidor individual fazer seu patrimônio efetivamente crescer, não importando o volume de seus investimentos, é realmente a visão de longo prazo. “O investidor fica tentado a gerar ganhos rápidos, mas tem pouca capacidade financeira para as perdas que vão ocorrer no curto prazo. Os custos de girar muito a carteira são altos, e seria preciso gerar um excesso de ganhos para haver compensação. Todas as séries históricas mostram que isso a pessoa física não consegue fazer”, diz.
Bilyk explica que o investidor deve avaliar o portfólio como um todo e observar onde está a liquidez. Ao comprar uma ação ou um fundo de ações, o investidor não deveria ter um horizonte menor que algo entre três ou cinco anos, diz. “Para quem não tem tempo de cuidar de perto dos investimentos, então, pode ser melhor comprar um bom fundo, de baixo custo, que tenha um bom gestor. Talvez até diversificar entre dois ou três gestores”, opina.
Fonte: Exame.com