Safra compra o famoso e polêmico Gherkin


O grupo Safra, controlado pela família do banqueiro brasileiro Joseph Safra, anunciou neste mês a compra do edifício 30 St Mary Axe, mais conhecido como "Gherkin" (pepino), um dos mais emblemáticos do bairro financeiro da City de Londres.

Os termos do acordo entre Safra e a empresa imobiliária Deloitte Real Estate não foram divulgado, mas o mercado estima que a transação tenha ultrapassado R$ 2,9 bilhões (£726 milhões).

O arranha-céu, projetado pelo arquiteto britânico Norman Foster, foi inaugurado em 2004 é possui 180 metros de altura, 41 andares e 47.000 m2 de escritórios. No roof terrace o espaço para eventos, com restaurante e bar, se tem uma privilegiada vista da City. "Em apenas dez anos, este edifício tornou-se um marco de Londres e se distingue de outros no mercado com excelente potencial de crescimento", indica Safra em um comunicado.



O "30 St Mary Axe” facilmente se destaca dentre os demais. Seu formato peculiar e sua altura despontam em meio à arquitetura clássica e conservadora, típica da capital inglesa. É o sétimo arranha-céu mais alto de Londres. Todos esses atributos já bastariam se não fosse por uma característica especial da edificação: ela ganhou, informalmente, o nome de Gherkin, que significa “pepino” em inglês. O motivo de tal apelido é bem nítido; ovalado e comprido, o prédio é tão exótico que chegou a ser criticado pela mídia inglesa antes do início de sua construção. Por sua semelhança, é constantemente comparado com a Torre Agbar, que fica em Barcelona, na Espanha.

O projeto arquitetônico do Gherkin (“Pepino”) foi elaborado por Norman Foster, renomado arquiteto inglês conhecido mundialmente por seu estilo ousado e visionário. Foster também foi incumbido de desenhar a Prefeitura de Londres, o Estádio de Wembley e a Ponte do Milênio (Millennium Bridge), fora os seus trabalhos na França, Espanha, China, Alemanha e Estados Unidos. Originalmente foi projetado para ser a sede da Swiss Reinsurance Company, mais conhecida por Swiss Re – uma das maiores companhias de seguros e resseguros do mundo, operante em mais de 30 países e ocupante atual de parte do edifício.

Construído entre 2001 e 2004, o “30 St Mary Axe”, apesar de criticado inicialmente, ganhou inúmeros prêmios na área, como o RIBA Stirling Prize, da Royal Institute of British Architects. Infelizmente, não é permitida a visitação do interior do edifício. Esse privilégio só é concedido aos curiosos uma vez ao ano, por meio de um projeto inglês denominado Open-City.

 O arranha-céu foi tão polêmico e prestigiado que sua construção acabou sendo retratada em um videodocumentário chamado Building the Gherkin (Construindo o Gherkin, em tradução literal). Dirigido e escrito por Mirjam von Arx, o filme foi lançado em 2005 e retrata a história da elaboração do projeto a partir de três pontos de vista distintos: o de John Coomber (CEO da Swiss Re), Peter Rees (planejador da cidade de Londres) e do próprio Norman Foster.