O peso (no bolso) das vagas de garagem

 

O preço de uma vaga na garagem pesa no bolso do comprador de imóveis da cidade de São Paulo, segundo pesquisa feita pela Poli/USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).

De acordo com a pesquisa, até os anos de 1930, era praticamente zero a destinação de vagas de garagens nos edifícios da cidade. No entanto, com aumento expressivo no número de veículos com relação à população da capital paulista, os prédios começaram a apresentar uma proporção de 6,5% de área de vagas de garagem em relação à área total construída.

Essa proporção foi crescendo com o passar do anos. Em 1960, o índice era de 13%, em 1985, de 22,5%, e em 2001 atingiu seu patamar máximo, de 29,59%, estacionando em torno de 25% entre os anos de 2002 e 2010.

Para se ter uma idéia da medida, um apartamento de 60 m², com uma vaga pequena (2,4mts x 4,8mts) tem uma relação de 19,2% da área do apartamento destinada a uma vaga de garagem!

Apartamento sem garagens

Se tomarmos por base o ano de 2010, foram lançados, naquele ano 1.374 edifícios sem garagens , o que representa apenas 3,7% do total ofertado no ano (37.000 apartamentos).

Fora o trânsito que um automóvel causa, o custo para quem adquire um apartamento com garagem é bastante alto.
Veja: vamos supor que um apartamento de 100 metros quadrados custe R$ 700 mil e tenha 02 vagas de garagem.  O comprador está pagando a área privativa, as áreas comuns e mais 22 metros, em média, para o automóvel. Cerca de um 1/4 da área total comprada é estacionamento. Nessa caso, as vagas representariam o equivalente a R$ 175.000,00, em termos de absolutos de valor.

Calculando a mesma proporção (m² x vagas de garagem) registrada entre os anos de 2006 à 2010, isso equivale a aproximadamente 600.000 metros quadrados de área destinada para automóveis somente na cidade de São Paulo, por ano. De fato, um dia faria a cidade ter 100% das vias literalmente paradas por excesso de automóveis.

O cenário porém indica uma queda acentuada desta relação no ano de 2020, quando os imóveis entregues a partir daquele ano, atenderão a uma outra regra do Plano Diretor da cidade de São Paulo.

A questão por aqui, infelizmente, é que o Plano Diretor, não distingue e nem faz nenhum filtro, sobre a capacidade da malha viária de cada região de São Paulo, fazendo com que em algumas áreas da cidade tenham uma super população de veículos e outras nenhuma.

Bons exemplos

Em cidades como São Francisco, Nova York e Londres, as áreas destinadas para os automóveis nas garagens dos edifícios é determinada por lei, porém de acordo com a infraestrutura viária e de transporte existente na região. Com isso, alguns edifícios têm muitas vagas e outros nenhuma.
Em São Paulo, mesmo com uma lei que regulamente o espaço, é raro encontrar um empreendimento sem garagem.
A solução estaria em uma revisão da lei, que atualmente determina limites mínimos e máximos em função da área do apartamento, para uma lei que limitasse as áreas e localidades onde devem ser construídas garagens.

Às vezes, por causa da lei, o empreendedor é obrigado a construir vagas em um local em que ele não precisaria fazê-las, como nas regiões próximas de estações de metrô. No exterior é comum modernos prédios comerciais sem vagas de garagem.

Medidas como essa ajudariam nas questões de trânsito da cidade.

Flatiron Building

A Flatiron Building foi construído entre 1901 e 1903
na intersecção da Broadway com a 5ªAvenida.


Naqueles tempos (e até hoje) estar perto do Madison Square, no final do Ladie´s Mile, um dos bairros mais importantes de Manhattan para compras na virada do século 19, era a receita certa para se tornar top of mind. Não o mais alto

Projetado por Daniel Burnham, de Chicago, como um arranha-céu com estrutura de aço revestido de terracota, o Flatiron, com 307 pés (93 metros), era um dos edifícios mais altos da cidade. Não foi - como é muitas vezes erradamente divulgado - o edifício mais alto do mundo ou mesmo o edifício mais alto de Nova Iorque. Esse título pertencia ao Edifício Park Row construído 4 anos antes, em 1899, com 119 metros de altura. Mas a forma singular e proeminente localização do Flatiron, logo fez dele um dos marcos mais famosos da cidade. O prédio é até hoje provavelmente o mais caracterizado em fotografias de cartões postais, do que qualquer outro edifício contemporâneo, ao ponto, de toda a área do entorno ser chamada de "Distrito do Flatiron" (Flatiron District)

Originalmente o Flatiron tinha um observatório no último andar, porém, outros mais altos logo assumiram essa função, como o famoso "Top of the Rock", no Rockefeller Center e o super famoso Empire State Building.

Batizado, apelidado e renomeado

O Flatiron foi erguido para ser a sede da empresa de construção Fuller. Inclusive o arranha-céu era para ser chamado Fuller Building. Porém devido a sua forma incomum, causada pela trama triangular, logo ganhou o apelido de "Flatiron", porque lembrava a forma triangular de um ferro de passar roupa. Na realidade o Flatiron é um triângulo retângulo, enquanto que um ferro de roupa é um triângulo isósceles, mas vamos deixar essa polêmica de lado, porque o fato é que o nome pegou oficialmente.

Diz a lenda que a Fuller Company então, entristecida com o fato de não ter uma sede com o seu nome, em 1929, construiu um outro Edifício em estilo Art Deco e, aí sim, o batizou com o sobrenome do seu fundador, Fuller Building.

Mas isso é uma outra história, que você pode ler aqui

Casa Sustentável - Casa Cor São Paulo



Projeto da casa sutentável: Arquiteta Mariana Crego 
Crédito vídeo: Casa Cor 2017 

Quem atua no mercado imobiliário já há algum tempo percebe claramente que a escolha da moradia obedece a um padrão de comportamento ligado ao desenvolvimento da sociedade. Não estamos nos referindo aqui as questões econômicas, mas sim aos padrões de comportamento frente ao desenvolvimento dessa sociedade.

A questão de segurança foi decisiva para que cidades como São Paulo tivessem um adensamento de prédios e de grandes condomínios e que nas últimas três décadas, fizeram o paulistano mudar de casa para apartamento. Não é preciso ir muito longe para constatar que a maioria de nossos avós residiam em casas e nossos pais (nascidos nessas casas) mudaram-se para apartamentos, que a vida moderna julgou mais seguro.

Já na primeira década do século 21, o fluxo foi outro: a logística! Hoje mais do que nunca, as novas famílias procuram bairros mistos, com usos residenciais, comerciais e de serviços para fixar sua residência, tentando assim, evitar o enorme desperdício de tempo que se tem, com a falta de opções de transporte e o pesado trânsito, mesmo nas curtas distâncias.

Mas e o que esta por vir?

A terceira onda que está por vir e que em nossa opinião será um dos maiores fluxos migratórios do mundo é a questão ecológica.

O foco das gerações futuras é a economia verde. Cada vez mais a sustentabilidade de determinado lugar ou marca, tem comandado as opções de escolha entre os produtos e as atividades. A análise da qualidade de um investimento imobiliário também deverá levar em conta o quanto determinado produto contribuirá com o meio-ambiente, com menos impacto e sustentabilidade para preservá-lo.

Um dos maiores problemas da humanidade atual e o desafio das gerações futuras é a escassez de energia limpa e o destino do lixo urbano. Vários arquitetos, construtores e pessoas ligadas ao mercado imobiliário buscam soluções para essa nova realidade. Em São Paulo (¹) já existem projetos do que será esse novo mercado. Incorporadores e empresas da industria da construção civil já adotam o conceito de Green Building, onde materiais aplicados na obra e projetos de arquitetura sejam ecologicamente corretos.

Porém o foco desses projetos ainda é, na maioria das vezes, econômico. Em produtos de base imobiliária, geradores de renda, o conceito Green Building é aplicado visando otimização de capital, com redução do futuro custo de manutenção do empreendimento, vis-à-vis com a melhora nas taxas de remuneração do capital dos investidores, ao longo do ciclo operacional.

Com a tecnologia disponível no momento é possível utilizar parte do conceito de Green Building para Green Home e imaginar como será a "casa do futuro", pensando não apenas na otimização de capital, mas também e principalmente no conceito de sustentabilidade.

Esses novos produtos, se produzidos em larga escala, terão profundo impacto na redução de perda de materiais (ainda hoje muito comum na construção civil)  os quais serão, na sua maioria produzidos pelo reaproveitamento de resíduos. Já existe tecnologia para desenvolvimento de tijolos ecológicos, ou renováveis, madeiras de reflorestamento e uma infinidade de materiais ecologicamente corretos.

A casa do futuro deverá ter equipamentos de alta eficiência energética, como ventilação natural cruzada em todos os ambientes, além do uso de energia renovável, como painéis solares.

Os efluentes também serão reaproveitados, inclusive as águas da chuva. Outro item de extrema importância será o paisagismo com vegetação nativa que proporcionará a diminuição de insolação indesejável, como os telhados ecológicos.

Nessa nova era, "a casa inteligente" poderá produzir sua própria energia e em caso de férias, em um sistema híbrido, "ela" venderia essa energia para as empresas de geração.

Com a casa do futuro, a moradia poderá ser verde e renovável.

(¹) No Brasil, somente 1% das construções de médio e alto padrão têm selo de sustentabilidade. Nos EUA e na Europa, isso representa cerca de 15% do mercado imobiliário.