Casa Sustentável - Casa Cor São Paulo
Projeto da casa sutentável: Arquiteta Mariana Crego
Crédito vídeo: Casa Cor 2017
Quem atua no mercado imobiliário já há algum tempo percebe claramente que a escolha da moradia obedece a um padrão de comportamento ligado ao desenvolvimento da sociedade. Não estamos nos referindo aqui as questões econômicas, mas sim aos padrões de comportamento frente ao desenvolvimento dessa sociedade.
A questão de segurança foi decisiva para que cidades como São Paulo tivessem um adensamento de prédios e de grandes condomínios e que nas últimas três décadas, fizeram o paulistano mudar de casa para apartamento. Não é preciso ir muito longe para constatar que a maioria de nossos avós residiam em casas e nossos pais (nascidos nessas casas) mudaram-se para apartamentos, que a vida moderna julgou mais seguro.
Já na primeira década do século 21, o fluxo foi outro: a logística! Hoje mais do que nunca, as novas famílias procuram bairros mistos, com usos residenciais, comerciais e de serviços para fixar sua residência, tentando assim, evitar o enorme desperdício de tempo que se tem, com a falta de opções de transporte e o pesado trânsito, mesmo nas curtas distâncias.
Mas e o que esta por vir?
A terceira onda que está por vir e que em nossa opinião será um dos maiores fluxos migratórios do mundo é a questão ecológica.
O foco das gerações futuras é a economia verde. Cada vez mais a sustentabilidade de determinado lugar ou marca, tem comandado as opções de escolha entre os produtos e as atividades. A análise da qualidade de um investimento imobiliário também deverá levar em conta o quanto determinado produto contribuirá com o meio-ambiente, com menos impacto e sustentabilidade para preservá-lo.
Um dos maiores problemas da humanidade atual e o desafio das gerações futuras é a escassez de energia limpa e o destino do lixo urbano. Vários arquitetos, construtores e pessoas ligadas ao mercado imobiliário buscam soluções para essa nova realidade. Em São Paulo (¹) já existem projetos do que será esse novo mercado. Incorporadores e empresas da industria da construção civil já adotam o conceito de Green Building, onde materiais aplicados na obra e projetos de arquitetura sejam ecologicamente corretos.
Porém o foco desses projetos ainda é, na maioria das vezes, econômico. Em produtos de base imobiliária, geradores de renda, o conceito Green Building é aplicado visando otimização de capital, com redução do futuro custo de manutenção do empreendimento, vis-à-vis com a melhora nas taxas de remuneração do capital dos investidores, ao longo do ciclo operacional.
Com a tecnologia disponível no momento é possível utilizar parte do conceito de Green Building para Green Home e imaginar como será a "casa do futuro", pensando não apenas na otimização de capital, mas também e principalmente no conceito de sustentabilidade.
Esses novos produtos, se produzidos em larga escala, terão profundo impacto na redução de perda de materiais (ainda hoje muito comum na construção civil) os quais serão, na sua maioria produzidos pelo reaproveitamento de resíduos. Já existe tecnologia para desenvolvimento de tijolos ecológicos, ou renováveis, madeiras de reflorestamento e uma infinidade de materiais ecologicamente corretos.
A casa do futuro deverá ter equipamentos de alta eficiência energética, como ventilação natural cruzada em todos os ambientes, além do uso de energia renovável, como painéis solares.
Os efluentes também serão reaproveitados, inclusive as águas da chuva. Outro item de extrema importância será o paisagismo com vegetação nativa que proporcionará a diminuição de insolação indesejável, como os telhados ecológicos.
Nessa nova era, "a casa inteligente" poderá produzir sua própria energia e em caso de férias, em um sistema híbrido, "ela" venderia essa energia para as empresas de geração.
Com a casa do futuro, a moradia poderá ser verde e renovável.
(¹) No Brasil, somente 1% das construções de médio e alto padrão têm selo de sustentabilidade. Nos EUA e na Europa, isso representa cerca de 15% do mercado imobiliário.