Perspectivas para o mercado

Quanto ao futuro, Celina Antunes - CEO da Cushman & Walfield - acredita que “em meio às incertezas do cenário econômico mundial, que impactaram tão fortemente alguns setores da economia brasileira, o mercado imobiliário não sofreu tão drasticamente como outros segmentos: ele provou que continua sendo um investimento viável e atrativo. Apesar de o segmento imobiliário corporativo ter sentido uma pequena desaceleração da demanda no primeiro semestre, o seu desempenho permaneceu estável. Atualmente, com os sinais de recuperação da economia, tudo indica que os projetos que foram postergados para evitar alta na vacância e queda nos preços, retomarão seu ritmo normal. Além disto, embora São Paulo e Rio de Janeiro continuem sendo os principais mercados do país, algumas empresas estão expandindo sua atuação para demais capitais brasileiras como Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Vitória e Salvador, conduzindo muitas construtoras e incorporadoras a focar em diferentes segmentos econômicos e diversificar geograficamente, atraindo o interesse de investidores para estas localidades.”

“Por outro lado”, salienta Martin Jaco - CIO da BR Properties - “mesmo observando a volta do crescimento, as empresas tenderão a ser mais cautelosas na tomada de novos espaços em relação ao período de euforia anterior e, dessa forma, é importante entender como será realizado o crescimento das empresas; a intenção é não permitir que, por conta de uma maior liquidez, seja criada uma situação de oversupply/overbuild em algumas regiões”.

“Todos temos que estar atentos aos sinais, ainda fracos, de que a crise está sob controle” aconselha Solano Neiva - Diretor Superintendente da WT Empreendimentos.

Ele continua “o próprio economista Nouriel Roubini, aquele que antecipou a chegada da crise, acredita que as economias emergentes, como o Brasil, levarão um ou dois anos para sair, de fato, do quadro de atenção, isto porque o socorro dado pelos governos precisará ser pago. Neste sentido, as empresas estão mais cuidadosas na hora de fazer investimentos no setor imobiliário, sejam pelas limitações de crédito ainda existentes, seja pela busca de produtos bem adequados as suas reais necessidades. Portanto, a influência maior desta crise é no desenvolvimento de propostas inteligentes, que gerem mais metros quadrados por real investido, que sejam sustentáveis e que façam o melhor uso possível da tecnologia existente”.

Concluindo, podemos dizer que estamos saindo da crise e que o mercado imobiliário tem tudo para continuar crescendo, mas a ordem é ser prudente em novos investimentos. Se conseguirmos manter o crescimento baseado em estruturas sólidas, sustentáveis, teremos tudo para ter um mercado imobiliário jovem, mas com saúde para continuar crescendo. Afinal, canja e bom senso não fazem mal a ninguém.

Credito: Revista Buildings