A IPLF Holding, braço imobiliário do grupo Suzano, e a incorporadora Helbor anunciaram ontem a decisão de constituir uma empresa de empreendimentos imobiliários batizada de Alden Desenvolvimento Imobiliário Ltda.
Cada empresa terá 50% da sociedade, que terá gestão compartilhada. O objetivo da companhia será o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, tanto incorporações, como loteamentos, em todo território nacional.
A aproximação entre os grupos é antiga e aconteceu no berço das duas empresas: as cidades de Suzano e Mogi das Cruzes. O fundador da Suzano, Leon Feffer, era amigo de Hélio Borenstein, fundador da Helbor e, aos 72 anos, ainda ativo na gestão da companhia. Segundo o Valor apurou, elas foram parceiras em vários projetos. Três residenciais lançados no bairro da Freguesia do Ó, em um terreno que pertencia ao grupo Suzano.
Mas o maior negócio entre as duas - que teria funcionado como um teste para a criação da nova empresa - está em uma área de 10 milhões de metros quadrados, terreno da Fazenda Rodeio, em Mogi das Cruzes, que serviu para plantação de eucalipto. Em um pedaço do terreno, na divisa com o bairro Rodeio, a Helbor e o grupo Suzano desenvolveram três loteamentos, com cerca de mil lotes, 100% vendidos. Entraram no projeto também a Cipasa e a Scopel, duas empresas especializadas em loteamentos. Trata-se de um projeto de médio e alto padrão.
A área da fazenda está em processo de licenciamento ambiental, mas o desenvolvimento será o principal negócio da Alden. A companhia deve desenvolver um novo bairro na área, com projetos residenciais e comerciais. A área doou parte para a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), que terá sua nova sede lá.
A IPLF foi criada pela Suzano há algumas décadas com o objetivo de reunir e gerir seus ativos imobiliários - as iniciais da empresa referem-se à origem do negócio, a Indústria de Papel Leon Feffer. Hoje, o grupo é o segundo maior produtor mundial de celulose branqueada de eucalipto e representa uma das maiores indústrias integradas de papel nas Américas.
Após vender a Suzano Petroquímica para a Petrobras, por R$ 2, 7 bilhões, em agosto de 2007, o grupo concentrou suas atividades no setor de celulose e papel.
No ano passado, contudo, voltou a apostar na diversificação, ainda que em negócios relacionados à área florestal, e anunciou a compra da britânica FuturaGene, por US$ 82 milhões. Pouco depois, criou e lançou a Suzano Energia Renovável, com foco na produção de pallets (de madeira) para geração de energia alternativa. Os dois projetos fazem parte da estratégia traçada pelo grupo até 2024, quando completa 100 anos, que inclui ainda agressiva expansão na capacidade de produção de celulose - até 2014, duas novas fábricas, que produzirão cada uma, 1,4 milhão de toneladas por ano da fibra, vão entrar em operação.
Criada há 33 anos, a Helbor abriu seu capital em outubro de 2007. No ano passado lançou empreendimentos da ordem de R$ 1,7 bilhão (incluindo parceiros), alta de 73,1% em relação a 2009. As vendas cresceram 71% e chegaram perto de R$ 2 bilhões. A receita líquida foi de R$ 987,2 milhões.
Fonte: Valor Econômico