Pesquisa revela quais empresas mais ocupam escritórios em São Paulo

A empresa Buildings, especializada em pesquisas do setor imobiliário corporativo, acaba de realizar um estudo sobre as empresas que mais ocupam edifícios corporativos no segmento Classe A* na cidade de São Paulo. No topo da pesquisa aparecem as empresas do setor bancário com 23%. O setor de informática vem em segundo lugar com 5,5%, seguido pelas prestadoras de serviço com 5,3%.


Dentre as empresas bancárias, o Santander é o primeiro colocado, com mais de 106 mil metros quadrados. Esse número foi elevado graças aos 67 mil metros quadrados da Torre Santander, localizada na Avenida das Nações Unidas. O Banco Itaú é o segundo colocado na pesquisa, com 76,8 mil metros quadrados, já considerando a fusão com o Unibanco. O Citibank vem em terceiro lugar com 15,9 mil metros quadrados.


O setor de informática se mostra bem mais equilibrado e deixa evidente a vantagem do setor bancário na ocupação dos espaços Classe A. A Tivit aparece em primeiro lugar com 9,7 mil metros quadrados. Na sequência vem a Microsoft com 8,1 mil metros quadrados e a IBM com 7,1 mil metros quadrados.


Sobre a empresa Buildings

Buildings é uma empresa de pesquisa do setor imobiliário corporativo, que possui um banco de dados completo com os edifícios comerciais nas cidades de São Paulo, ABCD, Osasco, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre.

* Buildings segmenta o mercado de escritórios entre Classe A e Outros. Define Classe A com o seguinte critério: edifícios com mais de 700 m² de laje, especificações técnicas elevadas e menos de 20 anos de idade, a contar da data de entrega do edifício.

Pátria investe R$ 50 milhões em prédio "sob medida"

O novo prédio do Ibmec, na Barra da Tijuca, conta com o sistema de construção sob medida (built to suit), uma nova tendência do mercado imobiliário. O Pátria Investimentos investiu cerca de R$ 50 milhões no imóvel, que será locado pelo Ibmec. A construção é realizada pela Lafem Engenharia.
No sistema, as construções são adaptadas previamente às necessidades das empresas, atendendo as necessidades do negócio.

Segundo Rafael Camargo, diretor da consultoria imobiliária Biswanger Brazil, o modelo atende a todas as partes envolvidas. "O empreendedor investe em um novo imóvel e recupera o custo a longo prazo e o locatário instala sua empresa em uma estrutura de acordo como seu negócio", afirmou.


Fonte: Portal IG



IBMEC Barra
Contratante: Pátria Investimentos
Área construída: 9.914,43 m²
Prazo de execução: Jan/2011 à Dez/2011


Paulistanos migram para o centro da cidade

Por João Sandrini

Há alguns anos, o centro de São Paulo poderia ser definido como sujo, feio e decadente. Frente à insegurança e ao abandono do poder público, muitas empresas e bancos eram forçados a transferir suas sedes para áreas mais nobres da cidade. O movimento de retirada só foi estancado recentemente, com o boom imobiliário. Como o preço de morar em algumas regiões de São Paulo se tornou inacessível para boa parte da população, pessoas e empresas voltaram a olhar para o centro com o interesse. O movimento de revitalização começou pelo Baixo Augusta, uma região da Bela Vista bastante frequentada por jovens. Diversos empreendimentos imobiliários foram lançados na região nos últimos dois anos – alguns com preços já próximos a 10.000 reais o metro quadrado.

Para Marcos França, diretor comercial da Requadra, o movimento de revalorização da região central da cidade ainda está apenas no começo. A incorporadora, que lançou nove empreendimentos no centro nos últimos 12 anos, foi uma das pioneiras no Baixo Augusta e agora aposta no Brás como novo pólo de lançamento de imóveis na cidade. Outras áreas com bom potencial seriam o Bexiga e a República. No depoimento a seguir, França explica em que bairros as incorporadoras vêem mais potencial:

A área central de São Paulo que mais tem atraído as incorporadoras é a Bela Vista. A iniciativa da revitalização partiu do setor privado. Primeiro vieram novas casas noturnas, que encerram o período de decadência do local. Depois veio o mercado imobiliário e redescobriu a área hoje chamada de Baixo Augusta. Diversas incorporadoras fizeram lançamentos ali nas imediações do shopping Frei Caneca.

A Requadra foi pioneira na revitalização da Rua Paim. Há alguns anos, ninguém queria investir naquele local. A própria imobiliária que venderia as unidades que estávamos lançando achava que éramos loucos. A Rua Paim já foi uma das mais feias da região, com vários cortiços e botecos. Mas naquela época, já acreditávamos estar em curso uma transformação no Baixo Augusta.

O primeiro empreendimento que lançamos ali incluía mais de 250 apartamentos pequenos, de um ou dois dormitórios. Vendemos tudo em duas horas. No dia em que abrimos o estande, havia uma fila enorme de gente interessada. Na época, cobramos 5.000 reais o metro quadrado. Parece pouco comparado ao que se cobra hoje, mas foi mais do que suficiente para cobrir nossos custos. Com o sucesso do nosso empreendimento, a Rua Paim explodiu. Hoje há sete projetos em construção ou prestes a serem lançados. Os preços ultrapassam os 7.000 reais o metro. Nós já lançamos mais um empreendimento ali e preparamos um terceiro.

A revitalização da área está só no começo. O poder público vai entregar obras importantes nos próximos anos. A inauguração de uma estação de metrô na rua Piauí, em Higienópolis, e a construção de outra estação na praça 14 Bis devem dar um impulso ainda maior para a área. Paralelamente, a própria entrega dos empreendimentos que estão sendo lançados vai contribuir para a melhoria da região. Quando as pessoas que compraram os apartamentos começarem a morar ali, é provável que surja todo um comércio voltado para a classe média-alta em imóveis que hoje são ocupados por botecos ou cortiços.

O entorno também já foi redescoberto. A Even fez um lançamento bem-sucedido na Rua Bela Cintra, que é paralela à Rua Augusta. Dois lançamentos foram feitos na rua Augusta recentemente: o Capital Augusta, da Esser, e o Ca'd'Oro, da Brookfield. A Cyrela fez um grande lançamento nas proximidades da Rua Avanhandava, o Mood. A Trisul vendeu um empreendimento com várias torres em frente ao shopping Frei Caneca. A revitalização imobiliária do Baixo Augusta já está em curso.

Com o fim dos bons terrenos por ali, acredito que os lançamentos vão se espalhar para regiões adjacentes, como o Bixiga, a praça Roosevelt e a Vila Buarque. O problema dessas regiões é que há diversas restrições para prefeitura para novas construções. Se houver interesse do poder público em colocar essas áreas no mercado, entretanto, eu acho que vai decolar. A mesma coisa vale para a região da Praça da República. Já tentamos comprar um estacionamento para fazer um lançamento ali, mas não conseguimos fechar negócio.

Também não conseguimos lançar nada na região do antigo centro financeiro da cidade, nas proximidades da BM&FBovespa. Ali é necessário fazer retrofit porque praticamente não há mais casas construídas e muito menos terrenos ociosos. É necessário comprar um prédio inteiro e reformá-lo. O problema de atuarmos nesse segmento é que é necessário um desembolso muito grande de capital para comprar um prédio, fazer uma reforma completa e depois revender as unidades. O risco é bem maior. Mas há outras incorporadoras que estão avaliando isso com interesse.

Outro problema dessa região entre o Anhangabaú e a Sé é a falta de vagas de estacionamento nos edifícios. As próprias ruas só permitem o trânsito de pedestres, trata-se de um calçadão. Não há retrofit que resolva isso. Como alugar vagas de estacionamento ali é muito caro, a gente enxerga isso como uma restrição ao mercado imobiliário. Mas acredito que uma hora a região voltará a atrair investimentos.

Assim como acredito que o projeto do governo paulista de recuperar a região que hoje é conhecida como "Cracolândia" para transformá-la em Nova Luz uma hora vai sair do papel. As incorporadoras estão olhando com muito interesse os terrenos ali. Nós não compramos nada somente porque achamos que já está caro. Em compensação, ao lado da Luz, no Brás, estamos enxergando muitas oportunidades. Há uma fartura de terrenos no bairro, que abriga lojas de comércio popular e antigas fábricas. No Brás, ainda é possível comprar um galpão abandonado de um único dono para erguer um empreendimento. É bem mais fácil fazer isso do que negociar com diversas famílias a compra de várias propriedades para depois realizar um lançamento.

A Requadra fará em breve um lançamento no Brás, com duas torres. Será um prédio de habitação de interesse social, com unidades mais populares, e outro voltado para a classe média. A região está melhorando muito. Desde que o edifício São Vito e seus cortiços foram demollidos, a vista daquela região próxima ao Mercado Municipal melhorou demais. Outras incorporadoras já perceberam isso e também já estão fazendo ou farão lançamentos no Brás em breve.

Por incrível que pareça, a Requadra nasceu como uma incorporadora com foco em locais mais afastados do centro de São Paulo, principalmente na zona leste. Há 12 anos, percebemos que o trânsito na cidade começava a inviabilizar grandes deslocamentos ao mesmo tempo em que os terrenos disponíveis estavam cada vez mais longínquos. Foi nessa época que decidimos mudar nossa área de atuação para a região central da cidade.

Em cidades como Londres ou Paris, o centro sempre foi uma das áreas mais valorizadas. Não víamos porque a mesma coisa não poderia acontecer em São Paulo. Há muita gente que trabalha ali, e as pessoas querem morar próximas ao escritório. A infraestrutura de ruas, cabos subterrâneos de energia e internet, hospitais, transporte, saneamento e escolas é excelente. Muita coisa que falta aos bairros da periferia sobra no Centro. Foi isso que atraiu nossa atenção.

Na época, praticamente não havia outras incorporadoras disputando terrenos conosco – o que já não é mais verdade hoje em dia. Nosso trabalho era convencer vários moradores a nos vender suas casas para que pudéssemos erguer um prédio na região. Fizemos lançamentos na Liberdade, no Arouche e em Santa Cecília. Hoje não falta capital para as empresas do setor imobiliário. O que falta são bons terrenos, a preços razoáveis, em áreas em que a prefeitura não imponha muitas restrições para construir.

Brasileiro já financia 63% do valor total do imóvel

Tatiana Resende

Empréstimos com recursos da caderneta de poupança batem novo recorde no primeiro semestre, com o mercado imobiliário aquecido e os bancos disputando os clientes, o percentual financiado do valor da moradia vem crescendo e atingiu 62,7% do total, na média, no primeiro semestre. Esse percentual supera o contabilizado no mesmo período de 2010 (61,9%). Os dados divulgados ontem pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) consideram empréstimos com recursos da caderneta.

Em 2005, os mutuários davam entrada de mais da metade do valor do imóvel financiado, restando aos bancos liberar 47,9%. Para Luiz Antonio França, presidente da entidade, "80% é um número saudável para padrões mundiais". Esse percentual é o limite nos grandes bancos privados, nível que chega a 90% no Banco do Brasil e na Caixa.

A opinião é compartilhada por João da Rocha Lima Jr., professor titular de "real estate", núcleo da Poli/USP. "O risco de crédito é muito baixo quando se tem um mercado regulado, se são preços justos e não artificialmente inflados como nos EUA", afirma Lima Jr., ressaltando, porém, que já há casos em alguns bairros em que o aumento não se justifica.
Vale lembrar que, além desse teto, o valor financiado pelo banco depende do salário do mutuário, já que só é possível comprometer cerca de um terço da renda mensal familiar com as prestações.

As operações com recursos da poupança atingiram R$ 37 bilhões no semestre, com alta de 55%, registrando o melhor resultado na série histórica, iniciada em 1967. Em número de financiamentos, foram 236,5 mil unidades, alcançando também um novo patamar, com expansão de 26% na mesma comparação - a diferença entre os aumentos mostra a elevação no preço. Junho, por sua vez, teve o melhor desempenho mensal.

De olho nessa expansão, a Abecip vai começar a certificar profissionais que atuam no mercado imobiliário. O primeiro teste ocorre neste mês e será aplicado a quem trabalha em bancos, securitizadoras e companhias hipotecárias.

Juro alto dificulta a busca de novos financiadores

Os números do primeiro semestre mostraram que as projeções de crescimento do crédito imobiliário poderão ser superadas: o volume poderá ser superior a R$ 120 bilhões. O crédito contratado com recursos da poupança deverá responder pela maior parte desse crescimento.

Como os saques nas cadernetas de poupança superaram os depósitos realizados no semestre, os números continuam a mostrar que, para sustentar a expansão dos últimos anos, novas fontes de recursos terão que ser trazidas ao mercado.
Nos últimos anos, várias medidas promoveram um aperfeiçoamento do marco regulatório do financiamento que permitiu uma grande expansão de outras fontes. Assim, a captação via Fundos de Investimentos Imobiliários ou Certificados de Recebíveis Imobiliários cresceu em 2010 e continua se fortalecendo em 2011. E os números chineses da expansão imobiliária doméstica têm atraído o interesse de um número cada maior de investidores estrangeiros.

Vale lembrar também que em 2011 tem ganhado força entre os bancos a idéia de criação dos "covered bonds", um título emitido pela própria instituição a partir dos recebíveis gerados pelos empréstimos habitacionais e que se configuraria em nova fonte de recursos. No entanto o financiamento habitacional continua dependente de duas fontes: o FGTS e a poupança. A maior dificuldade em alterar esse quadro está no custo de captação dos recursos.

A taxa de juros alta - e ainda em elevação- faz com que as alternativas tenham custos bem superiores aos das fontes tradicionais. Os juros efetivos dos empréstimos habitacionais com origem nos recursos da poupança e do FGTS dependem da renda do comprador e do valor do imóvel e podem variar de 5,19% a 11,5%. Portanto, o FGTS, que garante 3% mais TR ao trabalhador, e a poupança, com um rendimento de 6% mais TR, continuam imprescindíveis para viabilizar a compra da casa própria para grande parte das famílias.

Fundo de Sam Zell deixa capital da Gafisa

Fonte: DCI

A Equity International (EI), fundo de private equity do bilionário norte-americano Sam Zell, anunciou ontem a conclusão da venda da participação acionária de 23,4% que possuía na construtora Gafisa.

A empresa de investimentos começou a se desfazer dos recibos de depósitos de ações (ADRs) da construtora e incorporadora brasileira em maio do ano passado, restando 2,7% de participação que foi agora liquidada pelo fundo.

A Equity International adquiriu em 2005 a fatia na Gafisa, que atualmente é a única companhia brasileira representante do setor imobiliário com papéis negociados no pregão da Bolsa de Nova York.

Há cerca de um ano, quando anunciou a venda de fatia na Gafisa, a Equity International afirmou que o movimento representava a "contínua atividade de gestão" de seu portfólio.

"A Gafisa representa o primeiro investimento da EI no Brasil e deixamos a companhia extremamente bem posicionada em um dos mais dinâmicos setores do Brasil", disse o presidente Executivo da EI, Gary Garrabrant, em nota.

Com a venda, a EI passa a deter participação em cinco companhias brasileiras relacionadas ao setor imobiliário, incluindo a administradora de shopping centers BR Malls, Brazilian Finance & Real State e GuardeAqui, empresa de armazenagem de móveis comerciais e residenciais.

102º aniversário de Roberto Burle Marx

Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 — Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um artista plástico brasileiro, tendo ganho renome internacional ao exercer a profissão de arquiteto-paisagista. Morou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada ao redor de todo o mundo.

Burle Max nasceu em São Paulo. Aos 19 anos, com problemas de visão vai para a Alemanha em busca de taratamento. Lá ele entra em contato com as vanguardas artísticas e visitando importantes exposições de Picasso, Matisse, Paul Klee e Van Gogh, decide estudar pintura. Dois anos mais tarde retorna ao Rio de Janeiro, onde o amigo e vizinho Lúcio Costa o incentiva a ingressar na Escola de Belas Artes.

As pinturas são uma parte pouco conhecida de sua obra  

Na universidade convive com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto.

Início do paisagismo
O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no Recife, em 1934. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo fez uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde). Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscando livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade".

Incursões na arquitetura moderna

As ondas do Calçadão de Copacabana é provavelmente
o projeto mais famoso assinado por Burle Marx
Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.
A partir daí, Burle Marx passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.




Fontes:
http://leonardofinotti.blogspot.com/search/label/burle%20marx
http://christianbarnardblog.blogspot.com/2010/03/between-art-and-landscape-roberto-burle.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Burle_Marx#Ruptura_e_modernidade

Eles querem shoppings bem longe das capitais

Naiana Oscar - O Estado de S.Paulo

De nome ainda desconhecido no mercado, mas com sobrenomes de peso na lista de acionistas, a desenvolvedora de shoppings Vértico é uma novata perto de seus concorrentes. A empresa paulistana surgiu há dois anos ao apostar num negócio que já esteve nas mãos do fundo americano Carlyle, mas micou durante a crise financeira mundial.

Em 2008, quando fecharam o escritório no Brasil, os investidores estrangeiros desistiram da ideia de construir um megashopping em Bauru, próximo a uma das principais avenidas da cidade. Ao saber que o projeto estava sem dono, o empresário Marcelo Sabino - que havia acabado de registrar no currículo uma breve passagem por uma empresa do setor - decidiu levar o empreendimento adiante e tratou de reunir em torno dele um grupo de sócios que lhe desse suporte. Conseguiu. Basta dizer que entre os cinco acionistas estão Bruno Setubal, herdeiro do Itaú, e Paulo Torre, herdeiro da construtora WTorre, que também tem sua parte no negócio. Com dois anos no mercado, a Vértico ainda não colocou seu site no ar, mas já anunciou seis projetos de novos shoppings, com investimentos de R$ 500 milhões, que começarão a ser inaugurados a partir do ano que vem - todos em cidades do interior do País.

O de Bauru, embrião do negócio, é o primeiro caso de sucesso do portfólio da empresa. Na última sexta-feira, a Vértico concretizou a venda de 75% do Shopping das Nações, já em obras, para a Aliansce, uma das líderes em administração de shopping centers no País. O empreendimento de Bauru foi o único do portfólio da novata que atraiu a atenção da companhia. "Os outros são em cidades muito menores que, pelo porte, não fazem sentido pra gente", afirma Paula Fonseca, diretora jurídica da Aliansce, companhia de capital aberto que tem baseado sua expansão na compra de shoppings em desenvolvimento.

A empresa vai assumir a comercialização e administração do shopping de Bauru após a inauguração, prevista para outubro de 2012. O empreendimento já teve 70% de seu espaço locado para redes como Renner, C&A, Pernambucanas, Marisa, Ponto Frio e Magazine Luiza. Quem toca a construção é a WTorre.

Ao se desfazer do shopping que deu origem ao negócio, a Vértico passa a se dedicar exclusivamente a projetos voltados para cidades menores, de 100 mil a 200 mil habitantes (Bauru tem 400 mil). "Somos a única empresa do Brasil focada exclusivamente em erguer shoppings no interior", diz Sabino. A estratégia vai ao encontro de uma tendência recente do setor, que tem optado pela "interiorização" dos projetos. Mais da metade dos 55 empreendimentos previstos para serem inaugurados no País entre este ano e o próximo está fora das capitais. "É um movimento natural, que acompanha o crescimento econômico das cidades médias", diz Adriana Colloca, superintendente de operações da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Interior. Os shoppings da Vértico seguem todos o mesmo padrão: estacionamento externo, dois pavimentos, com até 30 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL), mas com terreno para dobrar de tamanho. Por enquanto, a empresa tem projetos em Cotia (SP), Limeira (SP), Três Lagoas (MS), Araguaína (TO) e Sinope (MT).

Marcelo Sabino, o idealizador do negócio, é o sócio que viaja, prospecta terrenos, faz contato com prefeituras e empresários locais. Dante Cobucci, ex-WTorre, cuida das questões jurídicas e institucionais. Marcio Costa é o executivo de marketing, com a missão de convencer principalmente os grandes varejistas a desembarcarem em cidades até pouco tempo improváveis em seus mapas de atuação. Sem experiência no ramo imobiliário, ele já atuou em multinacionais do setor de alimentos e trouxe marcas famosas para o Brasil, como a Maybelline, de maquiagem, e a Ducati, de motos.

Os três - Marcelo, Dante e Marcio - dividem diariamente a mesma sala, no escritório do bairro Itaim Bibi, onde trabalham mais 11 funcionários. Setubal e Torre revezam a quarta mesa da mesma sala, onde "dão expediente" ao menos uma vez por semana. Eles se definem como sócios investidores que participam do planejamento estratégico da empresa.

A Vértico não é o principal negócio da dupla de herdeiros. Setubal, de 30 anos, tem a empresa Vista Tecnologia que, em parceria com a Itautec, presta serviço de tecnologia predial e telefonia para grandes construtoras. Além disso, ele é sócio de uma pizzaria em São Paulo, diretor comercial da revista de música Billboard do Brasil e investe numa produtora de cinema e teatro.

Torre, aos 29 anos, também toca seu próprio negócio. Ele é sócio e diretor executivo da Innova, empresa hoje independente mas que foi criada há seis anos como um braço da construtora WTorre para gestão de ativos imobiliários. Em paralelo, trouxe para o Brasil a rede de restaurantes Serafina, de Nova York.

Embora seja o mais jovem dos sócios, o filho de Walter Torre é também o que aparenta ter mais experiência no mercado imobiliário. Ele começou a trabalhar na empresa da família quando terminou a faculdade de administração. "Sempre vivi isso em casa e até hoje tenho um link muito forte com meu pai", conta, com a resistência de quem quer se desvincular do título de herdeiro.

No mercado, a ausência de sócios com décadas de experiência no setor de shoppings, o pouco tempo da empresa e o número de projetos que ela já conseguiu desenvolver intrigam concorrentes. "É um currículo de genética", definiu maliciosamente um executivo do setor.

Para evitar comentários desse tipo, a discrição dos sócios em relação aos sobrenomes por trás da empresa é visível. Torre e Setubal aparecem em momentos estratégicos. Na maior parte do tempo, a empresa se esforça para ser, literalmente, uma "sociedade anônima".

Mercado

416 
shoppings estão em operação no Brasil atualmente
56%
deles estão localizados na Região Sudeste do País
3%
apenas estão na Região Norte
R$ 87 bi
foi o montante movimentado por esses empreendimentos no País em 2010
74,5 mil 
é o número total de lojas em operação nos shoppings
55 
novos shoppings serão inaugurados entre este ano e o próximo
31
deles estão em cidades do interior e os outros 24 em capitais

Ceará deve bater R$ 20 bilhões em vendas imobiliárias, até 2014

Até pouco tempo atrás as praias do Ceará eram vistas apenas como ativos turísticos. Hoje são cobiçadas por investidores nacionais e estrangeiros que enxergam nelas um excelente filão de negócios imobiliários. O interesse, porém, vai além da orla. A paisagem e o clima agradável o ano todo - aliados a financiamentos e projetos do governo, além da Copa 2014- transformaram diferentes áreas do Estado em canteiros de obras.
O impulso que o mercado imobiliário cearense tomou há três anos ganhou corpo e os negócios hoje estão em ponto de ebulição. A receita gerada pelo setor bateu na casa dos R$ 2,5 bilhões em 2010 - elevação de 33% sobre o ano anterior - e teve uma evolução de 233% em relação a 2006, segundo dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de imóveis do Ceará (Secovi-CE).
Para este ano os negócios prometem retornos expressivos e a estimativa é de aumento de 60%. Só nos primeiros seis meses de 2011 devem alcançar um incremento de até 30%, se comparados ao primeiro semestre do ano passado.
O metro quadrado de um terreno à beira mar em Fortaleza não sai por menos de R$ 9 mil, cerca de 40% mais caro que há dois anos. Em uma área menos nobre, pode ser comprado a R$ 6 mil e nos arredores da cidade a média de preço é de R$ 4 mil.
Para se ter uma idéia, o m2 em bairros nobres de São Paulo, como Moema e Vila Olímpia, na zona sul, custa em torno de R$ 11,7 mil, segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Estudo do Patrimônio (Embraesp).
"Entre 2011 e 2014 a projeção é de que as vendas cheguem a R$ 20 bilhões", estima Silvio Oliveira, diretor executivo da Bolsa de Soluções Imobiliárias do Ceará e diretor de marketing da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário.
Pelas contas de Oliveira, o volume de vendas para 2011 deve alcançar cerca de R$ 3 bilhões. O diretor atribui essa pujança a três fatores: projetos do governo como Minha Casa Minha Vida, desburocratização na área de financiamento e o interesse das empreiteiras nacionais e estrangeiras em hoteleira de olho na Copa 2014.
As incorporadoras, avalia Oliveira, estão com uma musculatura financeira significativa. "Estamos em uma cidade referência onde os 365 dias do ano contam com temperatura agradável, atraindo o turista, além de sediar a Copa 2014. O Brasil está em evidência no exterior e o mesmo acontece com o Nordeste", diz.
Em dezembro do ano passado, o Ceará recebeu a inauguração do Dom Pedro Laguna Beach Villas, Golf & Spa Resort, a primeira unidade do grupo Dom Pedro na América do Sul. O empreendimento foi erguido na Praia da Marambaia, em Aquiraz, distante 35 quilômetros do Aeroporto Internacional de Fortaleza, e será o primeiro resort a contar com um campo de golfe no Estado.

Patria capta fundo de R$ 1 bilhão para aplicar em ativos imobiliários

Carolina Mandl e Vanessa Adachi

O Pátria Investimentos acaba de concluir a captação de um fundo de R$ 1 bilhão para aplicar em ativos imobiliários. No radar da gestora, estão empreendimentos que possam ser alugados por grandes empresas, como escritórios, centros de distribuição e fábricas.

Com o novo fundo, o Pátria quer colocar a área imobiliária como um de seus principais negócios, seguindo o modelo de seu novo sócio, a americana Blackstone, que em setembro de 2010 comprou 40% da gestora brasileira. Dentro os US$ 124 bilhões que a Blackstone tem sob gestão, US$ 26,5 bilhões estão em fundos imobiliários, sendo que os hotéis Hilton, por exemplo, estão em seu portfólio.

"Esse fundo cristaliza nossa atuação em imóveis, que veio para ficar", diz Olímpio Matarazzo Neto, sócio do Pátria, que administra R$ 7,1 bilhões. Até agora, a experiência do Pátria com imóveis estava limitada a um fundo de R$ 150 milhões.

"O objetivo do Pátria é oferecer soluções imobiliárias para as empresas, principalmente para aquelas que queiram se desmobilizar para levantar recursos de longo prazo", diz Matarazzo.

As companhias podem vender seus imóveis para o fundo e passar a pagar um aluguel fechado em contratos de longo prazo. Além disso, os recursos do fundo podem ser usados para construir e posteriormente locar o empreendimento para a empresa, sem que ela desembolse recursos de seu caixa para o investimento inicial.

Algumas companhias têm partido para o uso de seus ativos imobiliários como fonte de recursos para investimentos. No ano passado, a operadora Oi, por exemplo, adiantou R$ 1,6 bilhões em recursos por meio de uma operação envolvendo seus imóveis.

"Os bancos dão recursos para as empresas por prazos curtos, de três a quatro anos. Podemos financiá-las por até dez anos, em torno de 12% ao ano com o fundo", afirma Matarazzo.

Entre as operações que o fundo pode fazer estão a compra de prédios de escritórios e a construção com posterior locação de indústrias, centros de distribuição. São as chamadas transações de "build to suit" e "sale and lease back".

Mesmo antes de concluir a captação do fundo, que levou mais de dois anos, o Pátria já começou a investir os recursos. Cerca de R$ 280 milhões estão aplicados em quatro projetos: o edifício Lagoa Corporate, no Rio, a construção de uma unidade da faculdade Ibmec, também no Rio, e dois centros de distribuição da Gerdau, um no Rio e outro em São Paulo.

O fundo ainda tem três anos para realizar as aplicações e outros quatro para sair dos projetos. Na distribuição geográfica, cerca de 50% do portfólio do fundo deve ficar alocado entre São Paulo e Rio de Janeiro.

O apetite do Pátria está voltado para transações em torno de R$ 150 milhões. Mas o poder de fogo do fundo deve ser dobrado, segundo Matarazzo, com o uso de parcelas de dívida.

A captação do fundo envolveu duas etapas. Em 2008, em meio à crise, o Pátria optou por concentrar os esforços entre investidores brasileiros, com a ajuda dos bancos Itaú e Citi. Já no ano passado, o dinheiro passou a ser buscado no exterior. No fim, estrangeiros e nacionais são responsáveis cada um por 50% do fundo.

De acordo com Matarazzo, o Pátria tem planos de levantar novos fundos imobiliários, mas isso só poderá ser feito depois que 75% dos recursos do atual veículos já estiverem aplicados. Entre os planos futuros da gestora, estão os investimentos em shopping center, hotéis e até florestas.

Neste momento, segundo o Valor apurou, a gestora está em meio à captação de um fundo bilionário para aplicar em imóveis e parte desse dinheiro pode vir para o Brasil, já que não tem limitações geográficas. Isso abriria espaço para o Pátria ampliar suas aplicações para além do R$ 1 bilhão do atual fundo. A informação, porém, não é confirmada pelo Pátria.

Não são apenas os fundos de participação em empresas ("private equity") que estão atingindo cifras bilionárias no Brasil. Além do Pátria, em outubro de 2010, a Prosperitas concluiu a captação de um fundo de R$ 1 bilhão para investir no setor imobiliário.

Grupo Allard

O Grupo Allard personifica o moderno, o novo, mas com uma paixão incomensurável pela tradição e pela beleza das formas.

O seu fundador e atual presidente, Alexandre Allard, nasceu em Washington e adotou Paris como seu lar. Um empresário obstinado, que passou a desenvolver uma variedade de atividades de sucesso associados com o marketing e com novas tecnologias de comunicação durante a década de 1990. Em 1995, ele foi um dos três co-fundadores da Consodata, que se tornou o maior banco de dados de comportamento no mundo. Em 2000, decidiu fazer uma mudança radical e dedicar seu tempo a suas grandes paixões: arte e arquitetura.

Vários anos viajando ao redor do mundo ajudou a aprimorar a sua ambição: redescobrir a energia criativa desses lugares lendários e reacender a chama justapondo o poder do patrimônio cultural com o dinamismo da arte contemporânea.

Em 2006 se associou com Alain Hivelin para trazer o renascimento da Casa de Balmain. No final de 2007, começou a concentrar-se na Royal Monceau para transformá-lo em um palácio do século 21, na  efervescente Paris. Em 2008, Alexandre Allard  fundou o grupo que leva seu nome e sua visão.

Fonte: http://www.groupe-allard.com/

Grupo Allard fecha compra do Hospital Matarazzo

O grupo Allard, especializado em hotéis de altíssimo luxo, fechou na semana passada, por R$ 117 milhões a compra do antigo hospital Umberto Primo, também conhecido como hospital Matarazzo, na Bela Vista, centro de São Paulo. A Previ, dona do imóvel, confirmou a venda. O investimento no antigo hospital para torná-lo no primeiro hotel seis estrelas no País pode chegar a R$ 500 milhões. O grupo Allard é reconhecido pela atuação no mercado de altíssimo luxo. Em Paris, é dono do Royal Monceau, que tem diárias entre 800 e 900 euros. No Brasil, o padrão deverá ser o mesmo, com tarifas entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. O próprio Alexandre Allard, fundador e presidente do grupo, participou das negociações para a compra do Hospital Matarazzo.

O projeto do grupo é fazer no local dois hotéis – um deles de altíssimo luxo, na área da antiga maternidade -, além de um centro cultural, um centro comercial e de gastronomia. O conceito a ser adotado é o de “hotel palácio”, num projeto que prevê a manutenção das características originais do edifício, que é tombado. O projeto terá que ser aprovado pelo Conpresp e Condephaat (órgãos municipal e estadual de preservação do patrimônio histórico).

Reforma do Teatro Cultura Artística vai mudar estrutura e restaurar painel de Di Cavalcanti

O Teatro Cultura Artística, no centro de São Paulo, faz parte da história da cidade. Após ser destruído por incêndio, em agosto de 2008, o movimento de atores no local deu lugar ao vai e vem de operários da construção. Quem passa hoje por lá vê tapumes e o surgimento de estruturas metálicas. Paulo Bruna, do escritório Paulo Bruna Arquitetos Associados, antigo parceiro do arquiteto Rino Levi, sente-se reformando a própria casa com seu novo projeto para o Cultura Artística.

O projeto original, datado de 1942, teve a assinatura de Roberto Cerqueira Cesar em parceria com Rino Levi. Oito anos depois, o teatro foi inaugurado, com dez mulheres na fachada, em painel de pastilhas Vidrotil, assinado por Di Cavalcanti. Como era tradicional nos anos 1950, havia um palco, não tão grande, nem tão fundo, mas para enorme plateia: 1.560 lugares se abriam em leque a partir de um eixo central do palco, que ficava de frente para a Rua Nestor Pestana. “O teatro tinha um eixo perpendicular à rua”, relembra Paulo Bruna. O comprimento da última fila era o mesmo do painel da fachada, em sua curvatura, de 48 metros. “Agora, estamos invertendo esse eixo, de forma que o palco fique paralelo à Nestor, ou de lado para ela”, explica. Se antigamente a última fila ouvia claramente o que o ator representava, era porque Levi foi um grande estudioso da acústica. Após a reforma o Cultura Artistica vai ficar melhor ainda. O novo teatro terá cinco pavimentos, com três níveis de balcões e camarotes, e uma plateia mais estreita, reduzida para 788 lugares. “É para baixar as luzes dos balcões e manter um maior nível de intimidade entre o palco e o público, nos dias em que o espetáculo não lotar a sala.”

Os últimos pavimentos, acima dos balcões, portarão camarins, administração, e haverá ainda um andar subsolo de estacionamento para atores, funcionários, equipes técnicas, depósitos e casas de máquinas. “A decisão de fazer um teatro moderno parte do princípio de que ele terá de ser multifuncional, para orquestra sinfônica – e daí a necessidade de se ter um fosso entre o palco e a plateia -, música de câmara, solistas, teatro, balés, óperas e musicais”, diz o arquiteto. Para tanto, o estudo de acústica e materiais de revestimento terá de ser minucioso.

Se não havia lugar para abrigar músicos, tampouco suficiente era o espaço de foyers. A legislação atual exige que haja de 0,7m² a 0,85m² disponíveis de foyer para cada assento dentro da sala de espetáculos. “Os foyers antigos tinham área total menor que 1/3 da área de plateia”, conta Paulo. “Nem a metade dos presentes conseguia pegar champanhe na hora do intervalo.”

O novo conceito dá mais importância ao momento de socialização, com bares, mesas, lojas de CDs, e múltiplos foyers e toaletes.


Fonte: UOL CASA - GIOVANNY GEROLLA