Tomada de decisões pede mais informação

O acesso à informação é o grande aliado dos clientes do segmento de private banking no processo de tomada de decisão. Embora a categoria private reúna diversos perfis, o denominador comum deste grupo é a racionalidade para a alocação de recursos. As doses de ousadia independem de faixa etária ou nível de patrimônio, mas elas aumentam à medida que o cliente avança nos conhecimentos sobre as particularidades do mercado financeiro, o que inclui diversificação de portfólios e mensuração de riscos.

Paulo Meirelles, diretor do private banking do Itaú Unibanco, diz que frequentemente se depara com clientes que, a princípio, se autodenominam muito conservadores na alocação de investimentos. Porém, ao mesmo tempo, eles são capazes de tomar decisões arrojadas nos segmentos de negócios em que atuam. De acordo com Meirelles, essa postura está diretamente relacionada ao grau de conhecimento do cliente sobre o mercado financeiro.

Meirelles conta uma visita a um empresário do setor de vestuário, cliente desse segmento. O empresário se declarava ultra conservador e mantinha a mesma postura nos investimentos. "Certo dia verifiquei em sua fábrica que ele havia estocado muito algodão por conta de projeções de alta futura da matéria-prima. Ponderei que ele, ao contrário do que dizia, não era conservador, mas arrojado. A diferença é que ele exercia ousadia no setor que ele conhecia há anos, enquanto o mercado financeiro, por ser desconhecido, o tornava um investidor conservador."

Meirelles diz que o Itaú Unibanco organiza constantemente eventos para desmitificar o universo do mercado financeiro direcionados aos clientes de private banking. "A ideia é conscientizar, sobretudo, os herdeiros e as novas gerações, que, muita vezes, não demonstram a menor intimidade com o mercado financeiro", diz Meirelles. 

Rogério Pessoa, co-head de wealth management do BTG Pactual, diz que o banco faz um trabalho focado em herdeiros e novas gerações para que eles conheçam as possibilidades de investimento. Gabriel Porzecanski, head de private banking do HSBC, afirma que o desenvolvimento das estratégias de suitability (informações sobre o perfil do investidor coletadas pela instituição financeira antes de iniciar uma consultoria de investimentos) têm contribuído para elevar a segurança do cliente na tomada de decisão.

Fonte: Jornal Valor Econômico 15.08.2014

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