Mercado negocia 9 quarteirões em Pinheiros

De um lado, uma área degradada, com camelôs e ônibus por todos os lados. De outro, o palco de uma das maiores tragédias da cidade de São Paulo. Visto por esse ângulo, essa área de cerca de 15 mil m2 e nove quarteirões entre o largo da Batata e a futura estação Pinheiros do metrô -onde sete pessoas morreram em um acidente nas obras em janeiro de 2007- tinha tudo para terminar num sumidouro. Tinha, mas o quadrilátero formado pela marginal Pinheiros, ruas Paes Leme e Sumidouro e av. Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros (zona oeste), já vive o início de uma transformação urbanística com a chegada iminente do metrô, obras de revitalização e o interesse do mercado imobiliário.

Nove quarteirões
A Folha apurou que parte desses nove quarteirões já foi comprada por grandes construtoras que pretendem erguer ali condomínios residenciais e comerciais nos próximos anos. E os imóveis que ainda não foram vendidos sofrem o assédio dessas empreiteiras. Com isso, uma área ocupada basicamente por pequenos comerciantes e moradores antigos, com casas térreas ou pequenos sobrados, tende a se transformar, na próxima década, em um bairro vertical.

ProjetoA revitalização do largo da Batata, próximo à av. Faria Lima, foi o gatilho do desenvolvimento da região. O projeto foi elaborado em 2001, quando o arquiteto Tito Livio Frascino venceu um concurso da Prefeitura de São Paulo, ainda na gestão Marta Suplicy (PT), para o projeto urbanístico de revitalização da área.
Também estão sendo feitas obras de melhoria da paisagem urbana, com o enterramento de fios e cabos em todas as ruas desde a Cunha Gago até a marginal Pinheiros.
A previsão é que as obras sejam concluídas em 2010. O projeto vai custar R$ 100 milhões, bancados pela venda de títulos imobiliários (Cepacs) da Operação Urbana Faria Lima.

MetrôEm paralelo com as obras de revitalização do largo da Batata correm as obras da linha 4-amarela (Luz-Vila Sônia) do metrô. O governo do Estado promete entregar as estações Faria Lima e Pinheiros também no ano que vem. Ao lado do metrô, fazendo a integração também com a linha 9-esmeralda da CPTM, está sendo construído um terminal de ônibus que não estava previsto no projeto original da revitalização e foi incorporado após o acidente de 2007. Com isso, as obras que ficariam restritas ao largo da Batata foram estendidas para toda a região. Com metrô em funcionamento e um bairro revitalizado, é natural o interesse do mercado imobiliário. Edward Zeppo Boretto, diretor de Obras da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), responsável pelas obras, disse que o projeto de revitalização já começou a mudar a cara do bairro. "A região já está bem melhor. Ela era muito degradada por causa dos ônibus que paravam ali. Com o novo terminal [de ônibus] e o metrô, vai ficar excelente."

| Fonte: Jornal Folha de São Paulo |