Com US$ 300 mi, americanos procuram parceiros no país

Após lançar o 600 Brickell, em Miami, o Foram Group pretende desembarcar no Brasil com um empreendimento - e investimento - semelhante ao do edifício mais conectado do mundo.Enquanto nos Estados Unidos o mercado imobiliário simboliza o epicentro de um terremoto financeiro global, no Brasil o segmento apresenta taxas de crescimento recorde.

Não é por outro motivo que importantes empresas desse setor nos Estados Unidos estão no Brasil e buscam não só novas oportunidades de negócios, como estão atrás de parceiros em território americano.

É o caso do Foram Group, empresa americana especializada no desenvolvimento de edifícios sustentáveis. Sediada em Miami, na Flórida, a companhia aproveitou a visita ao Brasil do governador do estado, Rick Scott, para apresentar seu novo empreendimento.Com US$ 300 milhões em investimentos e sete anos entre elaboração e construção do edifício, o 600 Brickell se propõe a ser o prédio mais conectado do mundo. O objetivo é acompanhar a tendência mundial de estabelecimento de centros comerciais inteligentes.

Atualmente, o Brasil é o maior mercado comercial para a Flórida. O estado americano exportou nada menos que US$ 12 bilhões para o Brasil no ano passado, um avanço de 11% frente 2009. Não por acaso o país virou mercado prioritário para os investimentos do estado."Nós avaliamos o que as empresas vão precisar no futuro", explica Loretta Cockrum, presidente do Foram Group. Dentro de dois anos, o grupo pretende desembarcar no Brasil com um empreendimento - e investimento - semelhante.

Inaugurado neste mês, o 600 Brickell deve receber seu primeiro inquilino na próxima semana. Trata-se do Crédit Agricole Private Banking Miami, que já assinou contrato com a administradora do empreendimento.

À caça de novas empresas

Por ora, o objetivo do Foram Group é preencher, em cerca de dois anos, os quarenta andares do prédio com empresas de diversas partes do mundo interessadas em instalar uma sede em território americano. "É uma expectativa realista, tendo em vista o perfil de empresas que estamos procurando para se instalar no local", diz a executiva. O público-alvo certamente não está nos Estados Unidos. Loretta afirma que o mercado imobiliário no país segue prejudicado, por isso a busca fora do território americano.

A empresa teve o empreendimento atrasado em dois anos graças à crise financeira internacional. "Foi bom pois tivemos tempo para pensar melhor na tecnologia que desenvolveríamos." Por aqui, a meta é apresentar a tecnologia que foi desenvolvida no local, tirando as companhias da tradicional rota para Nova York. As principais metas estão no setor bancário, de tecnologia, mídia e telecomunicações, que, segundo Loretta, naturalmente "gravitarão" em torno do investimento. "São empresas que não podem trabalhar com a possibilidade de falta de conectividade", lembra.

Até o momento, duas companhias já têm visitas pré-agendadas ao 600 Brickell. Mas Loretta prefere não divulgar o nome das interessadas.

Fonte: Brasil Econômico