
Hoje só os painéis solares contam com isenção de impostos, mas eles representam apenas 30% do custo de uma instalação -o resto fica por conta da eletrônica. O Rio espera, agora, autorização da Aneel e da Light para conectar instalações solares na rede para dois programas: um que ligará painéis fotovoltaicos em escolas públicas e outro que abastecerá o campus da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) com 1 megawatt de eletricidade solar.
"A ideia é criar um mercado e depois destrinchar a cadeia, para que a gente se torne um polo de energia renovável", afirma a subsecretária de Economia Verde do Rio, Suzana Kahn Ribeiro. Ela, que é membro do IPCC (o painel do clima das Nações Unidas), diz que o Brasil já perdeu a janela de oportunidade para se tornar um fabricante de painéis. "Hoje eles são quase todos feitos na Ásia e não dá para competir com o custo."
Porém, afirma, o país ainda pode se tornar um fornecedor de componentes eletrônicos e de silício ultrapuro, ingrediente fundamental das placas fotovoltaicas."Nós exportamos silício para metalurgia, mas o de grau [de pureza] solar vale cem vezes mais e o mercado cresce 40% ao ano."
O secretário de Energia do Estado, Júlio Bueno, deve pedir na próxima reunião do Conselho Nacional de Secretários de Energia a criação de regras próprias para a fotovoltaica em leilões e que isente os painéis solares de IPI. "É preciso criar uma corrida própria" para essa energia, disse Bueno. O mercado fotovoltaico hoje no país é desprezível. Apenas uma usina solar foi instalada no país: a de Tauá (CE) da MPX, empresa de energia do Grupo EBX.
Fonte: Folha de SP